
Tratando Marina como “favorita” a
vencer as eleições para presidente, o jornal afirma que os demais candidatos
demonstram desespero para freá-la: “Os adversários e a mídia estão fazendo de
tudo para impedir sua vitória. Certos argumentos são repetidos incansavelmente,
apesar de sua insanidade”, opina o Le Monde.
A “insanidade” dos argumentos de PT e
PSDB contra Marina Silva está no histórico recente dos presidentes brasileiros:
“[O argumento de] contestar sua competência, sob pretexto de que ela nunca
governou um Estado federado nem administrou uma municipalidade [é insano]
Nenhum dos três últimos presidentes tampouco teve essa experiência: nem
Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), nem Luiz Inácio Lula da Silva
(2003-2010), nem Dilma Rousseff”, observa o texto do jornal francês.
O histórico de Marina Silva na
política é lembrado no texto do Le Monde: “A carreira política de Marina Silva
passou por todos os ‘degraus’: de vereadora a deputada de seu Estado natal
(Acre), depois deputada federal, senadora, ministra do Meio Ambiente de Lula
durante cinco anos, e por fim candidata à eleição presidencial de 2010, onde
seu avanço surpreendeu (20% dos votos no primeiro turno)”.
O texto ainda frisa que a ampla
maioria dos brasileiros deseja mudanças na forma que o país é conduzido e
relembra os movimentos sociais que tomaram as ruas do país em junho do ano
passado.
“A posição de favorita de Marina e do
PSB, dissidentes da coalizão governamental de centro-esquerda, coloca o PT em
uma situação delicada. Após doze anos do partido no poder, Marina Silva encarna
a aspiração por mudança de 80% dos brasileiros, enquanto o PT se encontra na
posição dos conservadores, na defensiva, reticente em mudar o que quer que
seja”, pontua o jornal, que conclui sua análise dizendo que o fato de Marina
ser evangélica desperta preconceito em seus adversários: “A principal objeção
contra Marina Silva é sua fé religiosa, o fato de ela pertencer a uma igreja
evangélica, a Assembleia de Deus. Essa rejeição vem tanto das elites quanto do
PT (cuja direção, após doze anos no poder, integrou amplamente as classes
dirigentes)”.
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