Mateus ainda não havia completado seus 3 anos de idade quando foi
surpreendido pela vida. Seus pais, Malena Canales e Armando Vázquez, nunca
imaginaram a batalha que enfrentariam logo depois que, no último dia 18 de
janeiro, enquanto brincavam em um parque, o menino lhes disse: "Estou com
dor de barriga, vou vomitar".
Este
mal-estar, ao parecer tão simples (sobretudo em um menino saudável), poucos
dias depois se tornou um diagnóstico devastador: hepatoblastoma, um câncer que
havia se apoderado praticamente de todo o seu fígado, com risco de propagar-se
aos pulmões, razão pela qual a vida de Mateus estava por um fio.
A
notícia afetou gravemente o casal; seu único filho tinha câncer, podia morrer, mas era preciso fazer alguma
coisa. "Nós não éramos muito apegados à religião, mas, quando nos
confirmaram o diagnóstico, decidimos nos colocar nas mãos de Deus e
da Santíssima Virgem; pedimos que nos ajudassem a sair dessa, que nos
acompanhassem no caminho e nos permitissem ter Mateus por muitos anos",
relatou Malena.
Unidos
a Deus e
a Maria, encontraram a força para enfrentar os seis meses que duraram a difícil
batalha para vencer o câncer de
Mateus, o que hoje é uma feliz realidade.
Com
lágrimas nos olhos, Malena compartilha alguns dos momentos mais difíceis, dos
inúmeros exames clínicos aos que o menino foi submetido até as 6 sessões de
quimioterapia que recebeu para diminuir o tumor, cujos efeitos quase lhe
custaram a vida.
Mas
isso era só o começo, porque, ainda que o tamanho do tumor tenha diminuído,
Mateus precisava de um transplante de fígado, motivo pelo qual, no começo de
julho, foi submetido a uma cirurgia para receber um pedacinho de fígado
saudável doado pelo seu próprio pai.
A
operação, da qual participaram 27 médicos, durou 15 horas, com alto risco de
morte para Mateus e seu pai. "Eu rezei muito. Meu esposo, graças a Deus, saiu bem, mas Mateus ficou na sala de operação.
Quando saiu, levaram-no à UTI, conectado a mais de 12 tubos, pálido, frio, com
uma hemorragia muito forte e a advertência de que poderia morrer naquela noite.
Eu senti que já não podia mais. Naquele momento, eu disse ao Senhor:
'Sustenta-me! E, se o meu filho sair dessa, será para a tua glória!'".
Malena
reconheceu que houve momentos de dúvida: "Às vezes, quando alguém me dizia
'Que seja feita a vontade de Deus', eu sentia isso como um insulto, porque nos
custava muito compreender que a vontade de Deus é
boa, que nunca faz nada para nos machucar e que, ainda que Ele nos leve até o
fundo do poço, pouco a pouco vai nos tirando de lá. Então, dizíamos:
'Perdoa-nos por fraquejar'".
Mateus
e seus pais nunca estiveram sozinhos: "O amor de Deus se
manifestou no rosto da família e dos amigos, e até em pessoas que não
conhecemos", explicou Malena, ao referir-se às várias correntes de oração, de 72 horas contínuas, às quais muitas pessoas
se uniram para rezar por 15 minutos, e às mais de 23 mil Ave-Marias oferecidas
pela saúde de Mateus.
"Recebemos
e-mails de pessoas do mundo inteiro, contando-nos como a história de Mateus
mudou suas vidas, agradecendo o meu filho por tê-las ajudado a saber que Deus existe;
pessoas que nos diz: 'Eu não sabia rezar o terço e agora faço isso diariamente
por Mateus'", acrescentou.
"Porque Deus nos ama"
Esta é
a resposta contundente que Malena e Armando têm para a pergunta: "Por que
isso aconteceu conosco?", que tantas vezes fizeram ao longo do processo.
"Hoje, temos claro que Deus nos
ama tanto, que permitiu que tudo isso acontecesse para salvar-nos como família,
porque nosso casamento estava um pouco desgastado, e agora somos muito mais
unidos, oramos juntos, temos um plano de vida, percebemos como era fraca a
nossa prática da religião."
"Mateus foi o instrumento de Deus em
tudo isso; ele conseguiu unir toda a família (e muitas outras pessoas) em oração; nele, Deusmostrou seu amor infinito e misericordioso, e
continuará fazendo isso, porque a história de Mateus não acaba com o câncer. As pessoas precisam saber que Deus nos
ama e que, ainda nas tempestades, quando você acha que não vai suportar mais o
medo, a dor, Deus sempre
está presente para dizer: 'Fique tranquila, deixe comigo'", concluiu
Malena.
Ainda
que o câncer esteja
sob controle, nestes dias Mateus voltou ao hospital para receber as últimas
sessões de quimioterapia, com o fim de acabar com qualquer possibilidade de uma
metástase.
Conheça
mais sobre a história de Mateus e como você pode apoiar a família, por meio da
página do Facebook "Ayudemos a Mateo", e no Twitter: @por_mateo.
(Artigo
publicado originalmente por SIAME)
Nenhum comentário:
Postar um comentário