
Valérie Duval Poujol é presidente da
Comissão Ecumênica da Federação Protestante Francesa, e participa do Sínodo
como delegada fraterna e representante da Aliança Mundial Batista.
No Sínodo
Extraordinário sobre a Família, o papa Francisco e seus pares estão avaliando mudançasna forma como a
Igreja Católica recebe e trata fiéis divorciados, além de definir maior
tolerância e respeito aos homossexuais, sem no entanto, aprovar o casamento
gay.
Para Valérie, a oportunidade é de
estabelecer mais um laço de diálogo com a denominação romana, e assim, reduzir
as diferenças surgidas durante a Reforma Protestante.
“É incrível perceber que o meu papel
é bastante singular. Há outros dois delegados fraternos protestantes, um pastor
reformado da Nigéria e um pastor luterano da África do Sul, além de um delegado
anglicano, dois delegados ortodoxos e dois delegados ortodoxos orientais. Mas,
entre os oito convidados fraternos, sou a única mulher, a única leiga e a única
mãe. Até agora, na minha preparação, perguntei aos meus amigos, à minha Igreja,
para me apoiarem com a oração, para me ajudarem a me preparar espiritualmente.
Para poder ser não espectadora, mas protagonista ativa nesse papel”, comentou a
teóloga.
Segundo Valérie, o convite foi feito
dentro da tradição da Igreja Católica em convidar membros de outras
denominações cristãs para seus fóruns de debate sobre os rumos de sua doutrina
e liturgia.
“A Igreja Católica apreciava a
presença de delegados fraternos para este Sínodo e enviou um convite para a
Aliança Mundial Batista, que depois me solicitou. É verdade que na França as
Igrejas Batistas são relativamente pouco conhecidas, uma denominação
minoritária dentro da pequena minoria protestante francesa. Mas, em nível
mundial, ela representa uma família extensa, em pleno crescimento, com mais de
42 milhões de fiéis. Como batistas, nós somos, ao mesmo tempo, uma Igreja
histórica nascida da Reforma e uma Igreja evangélica e confessante. Eu serei um
dos oito delegados fraternos de outras Igrejas, e é uma grande honra para mim
estar presente no Sínodo em nome daqueles cristãos batistas que testemunham
Jesus Cristo em mais de 21 países em todo o mundo. A aceitação do convite
dirigido à Aliança Mundial Batista também é fruto do diálogo teológico entre as
nossas duas Igrejas. No seu tempo, por ocasião do Concílio Vaticano II, a
Aliança Mundial Batista tinha rejeitado o convite para participar dele. Hoje,
graças ao diálogo, as nossas relações são marcadas por muito mais confiança”,
finalizou.
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