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Marco Archer se mostrava esperançoso em vídeo de escapar da pena de morte - Reprodução |
A Indonésia pune com pena de morte o tráfico de drogas. Ele foi o primeiro brasileiro a ser sentenciado à morte no exterior. A presidente Dilma Rousseff já foi informada da execução e, como primeira reação, determinou que o embaixador brasileiro na Indonésia, Paulo Alberto da Silveira Soares, retorne ao Brasil. Determinar o retorno de um embaixador ao seu país de origem é uma das formas de protesto e de mostrar insatisfação nas relações diplomáticas entre países.
Em nota, Dilma disse ainda
que a execução "afeta gravemente" as relações entre o
Brasil e a Indonésia. Além disso, o Itamaraty chamou na tarde deste sábado o
embaixador da Indonésia. Na reunião, foi entregue uma nota de protesto do
governo brasileiro.
Outras cinco pessoas foram executadas pelo mesmo
crime: um indonésio e quatro estrangeiros de Vietnã, Nigéria, Holanda e Malauí.
No país asiático, as execuções por fuzilamento
acontecem desde 1964. Apenas os advogados de defesa acompanham os presos até o
momento do cumprimento da pena. Nenhum civil, nem mesmo familiares dos
condenados, podem acompanhar a execução. O fuzilamento é feito em um campo
aberto próximo à penitenciária em Cilacap, na Ilha de Java, a 400 km de
Jacarta. O pelotão de fuzilamento é composto por 12 pessoas, mas apenas três
das doze armas são carregadas com balas de verdade.
Dias antes de ser executado, Marco Archer conversou
com o cineasta Marcos Prado, que produz um documentário sobre o caso. O
brasileiro mostrava ter esperança de escapar do fuzilamento. Na gravação, ele
diz que iria lutar até o fim pela vida.
"Estou ciente que eu cometi um erro
gravíssimo, mas, enfim, eu mereço mais uma chance porque todo mundo erra. Eu
quero voltar, então, ao meu país, entendeu, pedir perdão a toda a minha nação e
mostrar para esses jovens aí, que a droga só te leva a dois caminhos: a prisão
ou a morte. (...) Eu vou lutar até o fim porque, realmente, a minha vida não
pode acabar dessa maneira, de uma maneira dramática, eu sendo fuzilado aqui na
Indonésia", disse Archer.
Neste sábado, Marcos Prado publicou no Facebook uma
mensagem em que agradece ao brasileiro pela confiança e diz que o otimismo do
ex-instrutor de voo livre fez com que ele acreditasse que ele voltaria ao país.
“Vai Curumim, vôa alto, bem alto desta vez...
Obrigado pela confiança, pelo exemplo de coragem e superação, pelos longos
papos que tivemos ao telefone nesses 2 últimos anos. Seu otimismo me fez
acreditar que você voltaria para cá... mesmo sabendo que errou, sonhou que
seria possível recomeçar tudo do zero. R.I.P”, postou ele.
Fonte: O Globo.
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