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Papa Francisco e Patriarca Ecumênico Bartolomeu I firmam declaração conjunta em Istambul - Filippo Monteforte / AP |
O Papa Francisco e o Patriarca
Ecumênico Bartolomeu I, líder da Igreja Ortodoxa, fizeram neste domingo uma
declaração conjunta em Istambul, na Turquia, que poderia abrir o caminho para a
reunificação das duas correntes cristãs, separadas há quase mil anos.
Francisco assegurou que a união não
poria riscos à tradição e aos ritos dos ortodoxos, que seriam mantidos. Segundo
ele, "não se trata de absorção nem de submissão, mas sim da aceitação de
todos os dons que Deus tem dado a cada um".
Católicos e ortodoxos caminham
separados desde o "Grande Cisma" de 1054, quando o grupo de cristãos
do Oriente questionou a soberania do papa sobre o credo em Constantinopla
(atual Istambul), capital do antigo Império Romano do Oriente.
As palavras históricas foram proferidas
durante o terceiro e último dia de viagem do pontífice à Turquia. Em Istambul,
Francisco participou da festividade de Santo André, irmão de Pedro e um dos
discípulos de Jesus, considerado o patrono da Igreja Ortodoxa. Por ser parente
do primeiro papa, o santo também serve como um dos elos de ligação entre a
Igreja Católica Apostólica Romana e os ortodoxos.
CONDENAÇÃO DE 'FANATISMO RELIGIOSO'
Na sexta e no sábado, dois primeiros
dias da viagem à Turquia, Francisco condenou o fanatismo e o fundamentalismo no
Oriente Médio e a perseguição de cristãos na Síria e no Iraque. O pontífice
afirmou que, "assim como os medos irracionais que fomentam a incompreensão
e discriminação, precisam ser combatidos com a solidariedade de todos os
fiéis".
Sobre o combate ao Estado Islâmico, o
Papa reiterou que o problema não pode ser enfrentado só com ações militares,
mas através de um compromisso conjunto "com base na confiança mútua, que
pode abrir o caminho para a paz duradoura". A visita é considerada um
desafio às ameaças dos jihadistas do Estado Islâmico (EI), pois ocorre após
extremistas capturarem partes de território do Iraque e da Síria perto da
fronteira da Turquia, declarando um califado islâmico e matando ou expulsando
muçulmanos xiitas, cristãos e outros fiéis que não compartilham a crença no
Islã sunita radical pregado pelo grupo.
Fonte: http://oglobo.globo.com
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