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Documentos mostram que INB demorou a informar a prefeitura e os proprietários Foto: Dida Sampaio/Estadão |
Órgãos federais e locais de saúde vão tentar localizar outros poços com material radioativo na região de Caetité e Lagoa Real
CAETITÉ E LAGOA REAL (BA) - Uma
força-tarefa composta por órgãos federais e estaduais de saúde deve ser montada
hoje para investigar e analisar os riscos da contaminação de água por urânio na
região de Caetité e Lagoa Real, no sertão da Bahia, como revelou o Estado na
edição de sábado.
A Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) informou neste domingo que vai procurar a Superintendência
de Vigilância Sanitária e Saúde da Bahia para tomar atitudes em relação ao
consumo de água radioativa. O trabalho também deverá ter o apoio da Secretaria
de Vigilância Ambiental do Ministério da Saúde.
O objetivo é auxiliar o órgão
estadual de vigilância em um levantamento das situações de risco à saúde da
população, identificando poços que possam ter água contaminada com alto teor de
urânio.
A Comissão Paroquial de Meio
Ambiente (CPMA), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a Associação Movimento
Paulo Jackson, Ética, Justiça, Cidadania vão pedir ao Ministério Público
Federal (MPF) na Bahia a instauração de uma ação contra a Indústrias Nucleares
do Brasil (INB).
“Após a admissão pública da
contaminação da água por urânio na região de influência da mineração, esperamos
que, finalmente, as autoridades competentes, especialmente Ibama (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e MPF, tomem as
providências cabíveis, requeridas há tanto tempo pelas populações afetadas pela
mineração de urânio na Bahia”, disse Zoraide Vilasboas, presidente da
Associação Movimento Paulo Jackson.
No sábado, o Ministério do Meio
Ambiente e o Ibama notificaram a estatal INB após denúncia de contaminação de
urânio no poço de uma família de Lagoa Real. A decisão foi tomada a partir de
informações de reportagem do Estado, as quais demonstram que a INB
não comunicou ao governo federal que havia encontrado água contaminada na
região. O Ibama determinou o bloqueio dos poços até que se investigue a
qualidade da água consumida pela população. A INB poderá ser multada por omitir
a informação.
Informações: O Estadão.
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